"E era assim mesmo, chão de terra batida. A casa das minhas duas avós, a Dona Rosalina, avó materna, e da Dona Divina, avó paterna. E eu acho um luxo! Com a Dona Divina não tive chance de saber como era sua relação com o chão de terra batida, mas com a Dona Rosalina tive muito tempo de conversa ao longo da vida e ela me contava que com capricho alisava com suas mãos o piso da casa, fazendo reparos e passando corante no piso e alisando as paredes da casa que igualmente eram de terra batida ( taipa com bambu entrelaçado como estrutura) e pintava de branco as paredes após alisar com as mãos. Não há foto de nada disso, mas consigo "ver" esta imagem que não me deixa triste, muito pelo contrário, me deixa honrada e com aquele sentimento de que a vida e o mundo tinham outras cores mais vivas e mais integradas com a natureza. Minha mãe, Dulcinéa, costureira por ofício por anos, por fim graduou-se pedagoga e chegou à pós graduação com louvor. Dona Divina, a startup, é minha homenagem a estas mulheres de fibra. Honro e respeito toda minha ancestralidade.  Já decidi, chão de terra batida, é sim o que quero pisar". Deise Mara do Nascimento